O que é a Disbiose Intestinal?

A disbiose intestinal é um desequilíbrio na composição da microbiota intestinal do intestino delgado e/ou grosso. Este desequilíbrio pode afetar a saúde de diversas maneiras, contribuindo para o desenvolvimento de várias doenças, desde problemas digestivos até condições sistêmicas.

 

Sintomas da Disbiose Intestinal

Os sintomas podem variar, mas frequentemente incluem:

  • Distúrbios digestivos como diarreia e/ou constipação;
  • Aumento da produção de gases;
  • Inchaço e desconforto abdominal;
  • Fadiga crônica e falta de energia;
  • Alterações no apetite e intolerâncias alimentares;
  • Problemas de pele, como acne ou eczema;
  • Alterações no humor, incluindo ansiedade e depressão.

 

Causas e Fatores de Risco

A disbiose intestinal pode ser causada por diversos fatores, alguns deles são:

  • Nascer de parto normal e não mamar no peito até 6 meses de idade;
  • Alimentação na infância e durante a vida pobre em frutas, verduras e legumes;
  • Alimentação rica em açúcares, gorduras saturadas e hidrogenadas que estão presentes em produtos ultraprocessados, embutidos, biscoitos, chocolates, refrigerantes, produtos de panificação etc.;
  • Consumo frequente de álcool;
  • Uso recorrente de antibióticos, inibidores da bomba de próton, anti-inflamatórios, corticoides e anticoncepcional, pois todos alteram a microbiota intestinal;
  • Estresse crônico;
  • Falta de atividade física;
  • Exposição a toxinas ambientais, agrotóxicos, medicamentos, metais pesados;
  • Infecções intestinais ao longo da vida (gastroenterites);
  • Comer rápido demais e não mastigar corretamente;
  • Infecção por Helicobacter pilory, pois afeta a digestão, que vai afetar a saúde da microbiota intestinal;
  • Envelhecimento e Menopausa, condições em que naturalmente há uma piora da digestão e redução da diversidade de bactérias intestinais.

 

Diagnóstico da Disbiose Intestinal

O diagnóstico é feito analisando o histórico de vida do paciente, se há a presença dos sinais e sintomas citados, e a análise de alguns exames, a depender de cada caso, como:

  • Coprológico Funcional: exame de fezes que avalia como está a digestão do paciente. Quanto maior o número de resíduos alimentares nas fezes, maior o grau de alteração da microbiota intestinal; esse exame é indicado para todas as pessoas com sintomas gastrointestinais;
  • Teste Respiratório de Hidrogênio: quando há suspeita de SIBO (Supercrescimento Bacteriano no Intestino Delgado), um tipo de disbiose intestinal que acontece no intestino delgado, podendo causar sintomas bem expressivos; esse tipo de disbiose pode causar gases e distensão abdominal logo após as refeições, má absorção de nutrientes, constipação e/ou diarreia etc.;
  • Exame Genético de Microbiota Intestinal: exame de fezes feito em laboratórios específicos que analisam o DNA das bactérias presentes na amostra de fezes, mostrando com mais detalhes a composição da microbiota intestinal do intestino grosso.
  • Exames de Sangue para avaliar marcadores de inflamação e saúde geral, que devem ser cruzados com os sinais e sintomas do paciente;
  • Exames de Intolerâncias Alimentares (como a lactose, frutose) e de Alergias Alimentares mediadas por IgE como RAST ou IgE para leite, trigo, soja, milho, ovos etc. Essas condições podem estar associadas ao quadro de disbiose, e caso haja intolerância ou alergia, deve-se suspender o alimento por um período de 60 a 90 dias, até a melhora do quadro. Depois, pode-se fazer um teste de reintrodução e observar se o corpo voltou a tolerar o alimento ou não.

 

Importante frisar que Colonoscopia não mostra se há disbiose ou não. Ela avalia se existe alguma lesão na mucosa do intestino, divertículos, pólipos, câncer ou inflamações, que são condições secundárias a um quadro de disbiose e leaky gut.

 

Outro ponto importante a saber é que a infecção por Helicobacter pilory no estômago é um tipo de disbiose. Se estiver presente, precisa tratar adequadamente, pois a disbiose no estômago pode levar a disbiose no intestino.